Mateus 7:7-11
7 Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e
encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á.
8 Porque aquele que pede recebe;
e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre.
9 E qual dentre vós é o homem
que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
10 E, pedindo-lhe peixe, lhe dará
uma serpente?
11 Se, vós, pois, sendo maus,
sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos
céus, dará bens aos que lhe pedirem?
Mateus 6:9-15
9 Portanto, vós orareis assim:
Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome.
10 Venha o teu Reino. Seja feita
a tua vontade, tanto na terra como no céu.
11 O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
12 Perdoa-nos as nossas dívidas,
assim como nós perdoamos aos nossos devedores.
13 E não nos induzas à tentação,
mas livra-nos do mal; porque teu é o Reino, e o poder, e a glória, para sempre.
Amém!
14 Porque, se perdoardes aos
homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós.
15 Se, porém, não perdoardes aos
homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas.
O que orar? É
uma resposta difícil, porque a tarefa de orar além de ser subjetiva é para falar
com Deus, agradecer-lhe, glorificá-lo, buscar sua presença, santificação...
É neste momento que cometemos
contradições e até idolatrias, pois o mais errado é que não estamos orientados
para Deus, mas para nós mesmos, no egoísmo centrado em sempre ganhar. É
clássico pedidos como “Senhor dei-me um
carro novo, ou até mesmo pedidos de perdidos e achados, como se Deus pudesse
devolver algo esquecido. Ele não é guardião de coisas matérias, nem mesmo
podemos vê-lo como a luz de milagres em troca de orações, mesmo sendo o Senhor
do impossível, cabe orarmos por algo verdadeiramente importante, o que é
realmente é necessário, momentos de apuros até mesmo por nossa
irresponsabilidade e leviandade como cristãos que somos, solicitando sua
misericórdia e principalmente elevar em agradecimentos a sua benevolência em
oferecer a salvação através de seu filho, em morte na cruz.
Deus é
metafísico e sobrenatural, quando cremos nEle, é confiança adquirida não só da
Palavra, é como quando éramos criança e nossos pais ordenavam algo e fazíamos devido a confiança e
autoridade deles. Com o Senhor é a mesma certeza de existência e presença, mas
o modo dEle agir para nós pode não ser o que queremos ou precisamos num
determinado momento.
Em Mateus 6:11 (o pão nosso de cada dia dá-nos hoje) é necessário fazermos
uma reflexão sobre o pão, não
podemos confundir com bens materiais, até Lutero em sua instrução “Pequeno
Catecismo” dava sentido concreto ao pão,
afirmando como algo de comer, beber, casa, roupas, ou seja o que era
necessário para a burguesia da época na Alemanha, e hoje temos que ter muito
cuidado para não perder também o foco do que realmente quer dizer o pão.
Vivemos hoje
num mundo globalizado, uma sociedade multicultural, onde valores qualitativos
são confundidos com valores quantitativos, o pão tornou-se o mínimo da alimentação, no sentido figurado o mínimo
para viver. O que vale dizer que é o
elemento básico e essencial na vida.
No Antigo
Testamento, o pão é sinal de graça
de Deus, por isto é sagrado.
O “ pão nosso de cada dia dá-nos hoje”
não apenas um pedido a Deus que nos dê o necessário para o presente, mas é como
santificar o pão em nossa vida espiritual.
Por sermos
criaturas finitas, homens e mulheres, que não possuem uma eternidade no corpo é
que pedimos todos os dias, ou seja, para cada dia, no próximo e assim por
diante. Faz parte também de nossas limitações a saúde, motivo pelo qual não
devemos questionar os males que poderão atingir durante a nossa existência, em
nossas orações pedimos a proteção e temos a prazer de se sentir bem,
principalmente por confiar, por acreditar.
A mensagem de Mateus, nos faz refletir, é que o caminho da
salvação é atingível, pois mesmo sendo
pecadores o perdão existe e através da oração e poderemos receber diariamente o
pão.
Quando oramos
pedindo o pão nosso de cada dia dá-nos
hoje, cremos que receberemos o necessário para viver, principalmente na
graça de Deus e que tudo que temos recebido dEle, devemos entender como uma
antecipação da salvação eterna.
Orar sempre
pedindo o diário, devemos deixar outros objetivos para a benção do Senhor, pois
é contraditório pedirmos além do hoje, pois além de sermos pecadores através do
fruto da sabedoria, orarmos além é também tentar tomar a vida do Jardim do
Édem.
Devemos orar
sim pela saúde e de quem esta em nosso
convívio, mas deixando sempre na benção de Deus, pois refletindo Deus responde ao
seu tempo, não podemos desta forma responsabilizar por uma não cura, por algo
que vá contra nossa vontade, pois se isto ocorrer estaremos acreditando que Ele
está distante ou nós mesmos estamos afastados da Fé.
O milagre do
nascimento traz a certeza que um dia morreremos, desta forma o lado terreno é
de momentos agradáveis e as vezes de
atribulações que devemos ver como uma travessia do deserto. A oração nos faz
manter o foco que Deus é graça como um bem absoluto de presente e futuro, Ele é
eterno.
O significado
de “pão de cada dia”, é a comida
legal, a necessidade de vestir, saúde e tantas outras coisas que nos faz viver
melhor em nossa peregrinação, mas o sentido espiritual é uma graça recebida.
Jesus
convida-nos a perguntar, confiando nele, tendo um significado maior na
expressão: “É, a sua dimensão espiritual, uma realidade de hoje que pode ser
consciente por vocação pessoal que cada um de nós tenha recebido”. É este é o
nosso encontro com a graça de Deus na vida quotidiana, mas também é certo
desfrutar plenamente no amanhã. Na plenitude do seu Reino de Deus, um futuro
que hoje tivemos na nossa expectativa com o
pão nosso de cada dia.
Cláudio Muniz
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